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JFK – A Pergunta que não quer Calar (1991)

“JFK – A Pergunta que Não Quer Calar”, de Oliver Stone, é uma investigação política e cinematográfica sobre o assassinato de Kennedy

Tempo de Leitura: 7 minutos

“JFK” em poucas palavras …

“JFK – A Pergunta que Não Quer Calar” é um drama histórico que aborda as investigações do procurador Jim Garrison sobre o assassinato do presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, em 1963. O filme examina teorias de conspiração em torno do assassinato e destaca as tentativas de Garrison em expor uma possível conspiração envolvendo agências governamentais. A narrativa mergulha nas complexidades políticas e sociais da época, explorando eventos marcantes que cercaram esse evento traumático da história americana.

Nota: O filme é conhecido por sua abordagem provocativa e especulativa sobre os eventos em torno do assassinato de JFK, misturando fatos históricos reais com elementos fictícios para criar uma narrativa intrigante e controversa.


Análise de JFK – A Pergunta que não quer Calar

Uma Investigação Política Cinematográfica

“JFK – A Pergunta que não quer Calar” é um filme lançado em 1991, dirigido por Oliver Stone, estrelando Kevin Costner no papel principal como o promotor de Nova Orleans, Jim Garrison. O filme se baseia em fatos reais e teorias da conspiração sobre o assassinato do presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, em 1963. Adaptado do livro “On the Trail of the Assassins” de Jim Garrison e “Crossfire: The Plot That Killed Kennedy” de Jim Marrs, “JFK” explora as complexidades e controvérsias em torno desse evento histórico e as possíveis conspirações envolvidas.

Contexto Histórico do Lançamento

O filme foi lançado durante um período de crescente ceticismo público em relação ao governo e suas narrativas oficiais, especialmente após os escândalos políticos das décadas anteriores, como Watergate. Em 1991, o público americano estava cada vez mais inclinado a questionar a versão oficial dos eventos históricos, e o assassinato de Kennedy permanecia um dos mistérios mais discutidos e controversos. A produção de “JFK” foi marcada por debates intensos sobre a liberdade de expressão, a integridade jornalística e a busca pela verdade histórica.

Produzido nos Estados Unidos, o filme teve um orçamento de aproximadamente 40 milhões de dólares e foi filmado em várias locações, incluindo Nova Orleans, Dallas e Washington, D.C. A escolha de filmar em locais autênticos contribuiu para a autenticidade e a imersão da narrativa.

Período Histórico Representado

“JFK” trata do período histórico do início dos anos 1960, especificamente o dia 22 de novembro de 1963, quando o presidente John F. Kennedy foi assassinado em Dallas, Texas. A trama se desenrola na década seguinte ao assassinato, enquanto Jim Garrison conduz sua investigação para desvendar as verdadeiras circunstâncias por trás do evento. O filme explora a atmosfera política e social da época, marcada pela Guerra Fria, a luta pelos direitos civis e a tensão crescente entre diferentes facções dentro do governo dos Estados Unidos.

Elementos Representativos do Período

1. O Assassinato de Kennedy: O filme aborda detalhadamente o assassinato de JFK, incluindo a investigação oficial conduzida pela Comissão Warren, que concluiu que Lee Harvey Oswald agiu sozinho. No entanto, “JFK” apresenta várias teorias de conspiração que sugerem a participação de múltiplos atores, incluindo agências governamentais, máfia e grupos anti-Castro. A reconstituição do assassinato é meticulosamente detalhada, utilizando tanto imagens de arquivo quanto recriações cinematográficas.

2. Investigação de Jim Garrison: Kevin Costner interpreta Jim Garrison, cuja investigação independente desafia a narrativa oficial. O filme segue Garrison enquanto ele descobre inconsistências e possíveis encobrimentos, reunindo evidências e testemunhos que sugerem uma conspiração mais ampla. A dedicação de Garrison à busca pela verdade e sua luta contra as forças estabelecidas são temas centrais do filme.

3. Contexto Político e Social: “JFK” captura a atmosfera política tensa dos anos 1960. O medo do comunismo, a ameaça nuclear e as divisões internas nos Estados Unidos são retratados de forma vívida. O filme também aborda a influência da Guerra Fria nas políticas internas e externas dos EUA, destacando como esses fatores poderiam ter motivado uma conspiração para assassinar Kennedy.

4. Uso de Imagens de Arquivo e Recriações: Oliver Stone utiliza uma técnica de narrativa inovadora ao misturar imagens de arquivo reais com cenas dramatizadas, criando uma sensação de realismo e urgência. Essa abordagem ajuda a situar o espectador no período e a entender melhor os eventos e teorias apresentadas. A famosa filmagem de Zapruder, que capturou o momento do assassinato, é usada de forma central para questionar a versão oficial dos acontecimentos.

5. Personagens e Representações Históricas: O filme apresenta uma série de personagens históricos, incluindo figuras controversas como Clay Shaw (interpretado por Tommy Lee Jones), David Ferrie (Joe Pesci) e Jack Ruby (Brian Doyle-Murray). Essas representações ajudam a tecer uma complexa rede de relações e motivações que sustentam as teorias de conspiração.

Produção e Impacto

“JFK” foi uma produção ambiciosa, caracterizada pela visão arrojada de Oliver Stone e pela dedicação ao detalhamento histórico. A performance de Kevin Costner como Jim Garrison foi amplamente elogiada, assim como as atuações de um elenco de apoio estelar, incluindo Gary Oldman como Lee Harvey Oswald, e Sissy Spacek como a esposa de Garrison, Liz.

A trilha sonora de John Williams adicionou uma dimensão emocional à narrativa, complementando a tensão e o drama do filme. A cinematografia, conduzida por Robert Richardson, utilizou técnicas inovadoras para criar uma sensação de autenticidade e imersão, utilizando diferentes estilos de filmagem para distinguir entre fatos, teorias e suposições.

Recepção e Legado

“JFK” recebeu críticas mistas, mas causou um impacto significativo tanto no público quanto na crítica. Alguns elogiaram a coragem de Stone em questionar a narrativa oficial e trazer à tona questões importantes sobre transparência e responsabilidade governamental. Outros criticaram o filme por promover teorias de conspiração e distorcer fatos históricos.

Independentemente das críticas, “JFK” teve um efeito duradouro na forma como o assassinato de Kennedy é discutido e estudado. O filme estimulou um renovado interesse público e acadêmico sobre o evento e as circunstâncias que o cercaram. Em 1992, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a “President John F. Kennedy Assassination Records Collection Act”, em parte devido ao impacto do filme, levando à liberação de milhares de documentos relacionados ao assassinato.

Considerações Finais

“JFK – A Pergunta que não quer Calar” é mais do que um filme; é uma exploração profunda de um dos eventos mais controversos da história americana. Através de uma narrativa complexa e técnica cinematográfica inovadora, Oliver Stone desafia o público a reconsiderar a verdade oficial e a questionar as motivações por trás de um dos assassinatos mais impactantes do século XX.

Com seu retrato detalhado do período histórico, personagens bem desenvolvidos e uma abordagem corajosa à narrativa, “JFK” continua a ser um marco no cinema e na discussão histórica. O filme não apenas entreteve, mas também educou e provocou debates importantes sobre transparência, justiça e o papel do governo na vida dos cidadãos.

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