O Incrível Hulk – Bruce Banner luta para controlar o Hulk enquanto foge do exército, enfrentando o temível Abominável em uma batalha épica cheia de ação e emoção.
Tempo de Leitura: 6 minutos
“O Incrível Hulk” em poucas palavras …
Após um experimento com raios gama ter dado errado, o cientista Bruce Banner se vê transformado em uma criatura verde gigante. Tentando encontrar uma cura para seu estado, ou uma maneira de controlar a criatura dentro dele, Banner abandona sua brilhante carreira e passar a viver em uma fuga constante.
Escondido no Brasil, ele trabalha em uma fábrica e busca maneiras de suprimir seu lado monstruoso enquanto mantém contato com um misterioso cientista conhecido como “Sr. Azul“, que promete ajudá-lo a encontrar uma cura. No entanto, sua localização é descoberta pelo General Ross, que lidera uma operação militar para capturá-lo, enviando o soldado Emil Blonsky para o Brasil.
Durante a perseguição, Bruce é forçado a se transformar no Hulk, derrotando facilmente os soldados. Ele foge para os Estados Unidos, onde reencontra sua antiga paixão, Betty Ross, filha do General Ross. Juntos, eles tentam encontrar uma solução para sua condição.
Enquanto isso, Blonsky, obcecado pelo poder do Hulk, se submete a experimentos com o soro do super-soldado, ganhando habilidades sobre-humanas, mas também se tornando cada vez mais instável que o transforma em uma verdadeira bomba relógio. Agora Banner tem pouco tempo para encontrar o “Sr. Azul” e achar uma solução pro seu problema, antes que uma consequência “Abominável” se choque com o seu caminho.
Ficha Técnica
O Incrível Hulk (2008)
Título Original: The Incredible Hulk
Duração: 112 min
Data de Lançamento: 13/06/2008
Direção: Louis Leterrier
Roteiro: Zak Penn
Produção: Avi Arad, Gale Anne Hurd e Kevin Feige.
Elenco Principal:
Edward Norton (Bruce Banner/Hulk), Liv Tyler (Betty Ross), Tim Roth (Emil Blonsky), William Hurt (General Ross), Tim Blake Nelson (Dr. Samuel Sterns), Ty Burrell (Dr. Leonard Samson).
Trilha Sonora:
Craig Armstrong
Onde Assistir: Disney +
Análise de “O Incrível Hulk” (2008)
Estabelecendo o Hulk no MCU
O filme O Incrível Hulk (2008) ocupa uma posição controversa dentro do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). Pra início de conversa, a ideia de um universo compartilhado tinha acabado de ser anunciada no filme do Homem de Ferro, mas o Hulk não pertencia ao acervo da Marvel. O direitos autorias sobre o personagem estavam nas mãos da Universal, então tudo que se esperava era mais uma tentativa de criar um filme de sucesso para o personagem.
Essa tentativa já havia sido feito antes, mas o filme de 2003 com Eric Bana (Bruce Banner/Hulk) se distanciou muito dos conceitos originais dos quadrinhos, não agradando os fãs, embora seja um bom filme visto isoladamente. Na nova visão de Edward Norton e Louis Leterrier o personagem estaria já atuando como Hulk a algum tempo, e lutando para controlar os gatilhos que o transformavam no monstro. Este era o ponto que eles pretendiam explorar.
Conexões com o MCU e a cena Pós-Créditos
Durante o filme já é possível visualizar alguns detalhes que indicam a existência do universo Marvel, o que não tinha sido feito no filme de 2003, como a menção ao programa Super Soldado. Isso já deixava qualquer fã atento, preparando para o que viria na cena pós-crédito quando o próprio Tony Stark aparece para discutir com o General Ross sobre a iniciativa Vingadores.
Essa cena, junto com a aparição de Nick Fury em Homem de Ferro, eram as pistas iniciais para o que a Marvel estava pretendendo fazer, e criava um misto de sentimentos de expectativa e descrença que alimentou infinitas conversas nas redes sociais. Criava também uma outra possibilidade: a de que mesmo personagens em posse de outros estúdios poderiam estar conectados.
Outro aspecto importante de contribuição do filme para o MCU é o tom da narrativa, combinando o humor e a ação já estabelecidos por Homem de Ferro com uma carga de drama que é a essência do universo Marvel nos quadrinhos. O filme apresenta um herói dividido entre seu desejo de viver uma vida normal e a responsabilidade de lidar com seus poderes, além de tratar estes mais como uma maldição do que como uma dádiva. Diferente de Tony Stark, o doutor Banner tem poucos benefícios quando se torna sua versão “heroica”, lembrando mais o monstro do livro O Médico e o Monstro (no qual, aliás, Stan Lee se inspirou para criar o personagem).
Apesar de suas contribuições, O Incrível Hulk também apresenta elementos que não se consolidaram plenamente no MCU. Embora não se possa questionar a contribuição de Norton para a concepção do personagem, que soube dar a ele a dramaticidade que o personagem precisava, ele teve diversas diferenças criativas com a direção e com o que a Marvel estava planejando para o Hulk. Este, contudo, foi um estranho caso de substituição que trouxe aspectos positivos para o personagem e para a narrativa como um todo.
A substituição de Edward Norton por Mark Ruffalo, que seria feita no filme dos Vingadores, conseguiu acrescentar uma camada de humor e humanidade que Norton sozinho não foi capaz. O tom mais sombrio e introspectivo do filme foi deixado de lado em favor de uma abordagem mais leve, deixando estes aspectos mais dramáticos como um aspecto mais profundo do personagem, que podem vir à tona a qualquer momento na forma do Hulk. Por isso, embora os fãs aplaudam o trabalho de Norton, que soube dar um filme digno para o gigante esmeralda, a entrada de Ruffalo acabou sendo aceita por dar o contraponto que a equipe dos Vingadores precisaria.
Outros personagens como Betty Ross e Samuel Sterns, que pareciam ter grande potencial, não retornaram ao MCU em papel significativo. Sterns, em especial, tinha indícios de que poderia se tornar o vilão Líder, mas essa trama não foi desenvolvida. Ainda assim, a recente expansão do MCU em séries e filmes abre a possibilidade de revisitar esses elementos no futuro.
Apesar da recepção dividida que o filme teve junto ao público, que inevitavelmente o comparou com o de 2003 e com a antiga série de TV, ele ajudou a reafirmar o modelo de universo compartilhado que seria ampliado em Os Vingadores (2012). Assim como “Homem de Ferro” já havia feito, este filme demonstrava que mesmo personagens menos populares poderiam ter apelo junto aos fãs e gerar sucessos de bilheteria. Além disso, gerava a expectativa do que estava sendo criado em uma narrativa maior, reforçando a ideia de que o MCU não seria apenas uma série de filmes desconexos, mas sim um universo coeso e interligado.
O Incrível Hulk pode não ser o filme mais memorável do MCU, mas sua importância histórica é inegável. Ele foi fundamental para estabelecer o Hulk como um personagem viável dentro do universo compartilhado, além de contribuir para a estrutura narrativa que definiria a franquia nos anos seguintes. Apesar de algumas de suas tramas não terem sido exploradas plenamente, o filme abriu caminho para que o MCU introduzisse o personagem nos filmes que viriam e criasse sua própria versão do personagem.
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