Sempre existiu calendário? Quem o criou? Qual a diferença entre o Juliano e o gregoriano? Qual está correto?
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Em nossa busca por compreender o tempo, encontramos um ponto crucial: o surgimento do Calendário Gregoriano. Esta é a história de como ele foi criado pelo Papa Gregório XIII no século XVI. Vamos desvendar esse marco na medição do tempo.
Um Erro Sutil
Era o ano de 1582, e o calendário em uso em grande parte do mundo era o Calendário Juliano, introduzido por Júlio César cerca de 1.500 anos atrás. Ele tinha servido bem, mas ao longo dos séculos, astrônomos e matemáticos perceberam que havia um problema crescente: estava ficando desalinhado com as estações do ano.
O erro era sutil, mas significativo. O Calendário Juliano considerava um ano como tendo 365,25 dias, adicionando um dia bissexto a cada quatro anos. No entanto, o ano tropical, o tempo que a Terra leva para completar uma órbita ao redor do Sol, era um pouco mais curto, cerca de 365,2422 dias. Esse pequeno erro resultou em uma discrepância crescente de cerca de 11 minutos e 14 segundos por ano.
A necessidade de correção tornou-se clara, e o Papa Gregório XIII, líder da Igreja Católica, decidiu agir. Ele convocou um grupo de sábios astrônomos e matemáticos para abordar o problema. Eles propuseram um ajuste fundamental para corrigir o calendário.
A solução era engenhosa: manter a regra de anos bissextos, mas com uma exceção. Anos bissextos não seriam aplicados nos anos centenários, a menos que fossem divisíveis por 400. Isso significava que anos como 1700, 1800 e 1900 não seriam bissextos, mas o ano 2000 seria. Esse ajuste sutil eliminou uma parte significativa do erro acumulado e tornou o calendário muito mais preciso.
O Novo Calendário
Com a solução em mãos, o Papa Gregório XIII emitiu uma bula papal chamada “Inter Gravissimas” em 24 de fevereiro de 1582, anunciando a adoção do novo calendário. Mas a mudança não aconteceria da noite para o dia. O dia seguinte ao decreto papal seria 4 de outubro de 1582, mas uma diferença de 10 dias precisava ser ajustada para alinhar o calendário gregoriano com o juliano.
Assim, em muitos lugares do mundo católico, o dia seguinte ao 4 de outubro de 1582, não foi 5 de outubro, como seria de se esperar, mas sim 15 de outubro. Dez dias haviam sido suprimidos, um ato simbólico e prático para trazer o calendário de volta aos trilhos.
A aceitação internacional do novo marcador de tempo não foi imediata. Enquanto muitos países católicos europeus adotaram o calendário gregoriano rapidamente, outras nações, especialmente aquelas de tradição protestante, demoraram décadas ou até séculos para fazer a transição.
No entanto, ao longo do tempo, o Calendário Gregoriano foi amplamente aceito em todo o mundo, tornando-se o o padrão em praticamente todos os países. Sua precisão em relação às estações do ano o tornou a ferramenta de medição do tempo dominante que usamos até hoje, e a reforma implementada pelo Papa Gregório XIII permanece como um dos marcos mais significativos na história da medição do tempo.
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