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Elis – Viver é Melhor que Sonhar (2019)

“Elis – Viver é Melhor que Sonhar” é uma minissérie biográfica de 2019 sobre a vida e carreira da icônica cantora brasileira Elis Regina.

Tempo de Leitura: 5 minutos

“Elis” em poucas palavras …

Minissérie biográfica que retrata a vida e a carreira de Elis Regina, uma das mais icônicas cantoras da música popular brasileira (MPB). Composta por quatro episódios, a série é uma adaptação do filme “Elis” (2016) e oferece uma visão aprofundada e emocionante da trajetória da artista, desde seus primeiros passos na música até sua morte prematura.


Análise de “Elis – Viver é Melhor que Sonhar” (2019)

A série foi lançada em um período de grande efervescência cultural no Brasil, onde a nostalgia e a valorização de grandes ícones da música e da cultura brasileira ganharam destaque. Em 2019, o Brasil vivia um momento de reavaliação histórica e cultural, com diversas produções resgatando a memória de artistas que marcaram a história do país. A série se insere nesse contexto, trazendo à tona a trajetória de uma artista que não apenas revolucionou a música brasileira, mas também se posicionou politicamente em momentos cruciais da história do Brasil.

Produzida pela Globo, a série conta com direção de Hugo Prata e roteiros de Luiz Bolognesi e Vera Egito. A série foi filmada em diversas locações no Brasil, incluindo Rio de Janeiro e São Paulo, cidades onde a cantora viveu e trabalhou durante grande parte de sua vida.

O filme aborda a vida da cantora dentro de um contexto histórico conturbado de ditadura militar e efervescência cultural, o final da década de 1960 até 1982, com a sua morte cedo demais. Este período foi marcado por intensas transformações sociais, políticas e culturais no Brasil.

A ditadura militar (1964-1985) impôs uma série de restrições à liberdade de expressão e perseguiu artistas e intelectuais que se posicionavam contra o regime. Elis Regina foi uma dessas vozes de resistência, utilizando sua música e sua fama para criticar abertamente a repressão e a censura.

Elementos Históricos e Culturais na Série

A série destaca não apenas a trajetória musical da cantora, mas também seu envolvimento com a política e sua luta pela liberdade artística. Os episódios mostram Elis enfrentando a censura e defendendo colegas artistas perseguidos pelo regime militar. Um exemplo é o momento em que Elis canta “O Bêbado e a Equilibrista” (1979), de João Bosco e Aldir Blanc, uma canção que se tornou um hino de resistência contra a ditadura, já em seus anos finais.

Além do contexto político, a série explora a revolução cultural que marcou a MPB nas décadas de 1960 e 1970. Elis Regina foi uma figura central nesse movimento, colaborando com compositores e músicos que viriam a se tornar grandes nomes da música brasileira, como Tom Jobim, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque. A série retrata esses encontros e colaborações, destacando a importância da cantora na promoção e disseminação da MPB.

Caracterização e Interpretação

A atriz Andréia Horta, que interpreta Elis Regina, entrega uma performance aclamada, capturando a essência da cantora tanto em suas apresentações de palco quanto em seus momentos pessoais mais íntimos. A série se preocupa em mostrar ela como uma figura multifacetada: uma artista genial, uma mãe dedicada, uma mulher de opiniões fortes e uma cidadã engajada politicamente. A caracterização de Horta, aliada à direção de arte e à trilha sonora, ajuda a transportar o espectador para a época em que Elis viveu e brilhou.

Impacto e Recepção

“Elis – Viver é Melhor que Sonhar” foi bem recebida tanto pela crítica quanto pelo público, sendo elogiada por sua fidelidade histórica e pela qualidade de suas interpretações. A série contribuiu para a revitalização do interesse pela obra de Elis Regina, especialmente entre as gerações mais jovens que não viveram o auge de sua carreira. A produção também foi importante para reafirmar o papel de Elis como uma figura de resistência e coragem em tempos de opressão.

Considerações Finais

“Elis – Viver é Melhor que Sonhar” é uma homenagem a uma das maiores artistas que o Brasil já produziu. A série contextualiza a trajetória de Elis Regina dentro de um período tumultuado da história brasileira, destacando seu papel não apenas como cantora, mas também como uma voz ativa contra a repressão e a censura. Produzida em um momento de redescoberta cultural, a série reafirma a importância de se recordar e celebrar figuras que, como Elis, usaram sua arte para fazer a diferença.

O série, como o filme, é um testemunho poderoso do legado de Elis Regina, uma artista cuja voz ainda ressoa forte na memória e no coração dos brasileiros. A série serve como um lembrete de que viver é, de fato, melhor que sonhar, especialmente quando se vive com a intensidade e a paixão que caracterizaram a vida de Elis Regina.

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