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JFK – A Pergunta que não quer Calar (1991)

Ficha Técnica

“JFK – A Pergunta que Não Quer Calar”, de Oliver Stone, é uma investigação política e cinematográfica sobre o assassinato de Kennedy

Ficha Técnica

JFK – A Pergunta que Não Quer Calar

ANO DE LANÇAMENTO: 1991

DURAÇÃO DO FILME: 189 minutos

DIRETOR: Oliver Stone

ELENCO:

Kevin Costner como Jim Garrison

Tommy Lee Jones como Clay Shaw

Gary Oldman como Lee Harvey Oswald

Kevin Bacon como Willie O’Keefe

Laurie Metcalf como Susie Cox

Michael Rooker como Bill Broussard

PRÊMIOS QUE RECEBEU: O filme recebeu dois Oscars: Melhor Fotografia e Melhor Edição. Além disso, recebeu várias indicações em outras categorias, incluindo Melhor Diretor para Oliver Stone.

JFK

Resumo

“JFK – A Pergunta que Não Quer Calar” é um drama histórico que aborda as investigações do procurador Jim Garrison sobre o assassinato do presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, em 1963. O filme examina teorias de conspiração em torno do assassinato e destaca as tentativas de Garrison em expor uma possível conspiração envolvendo agências governamentais. A narrativa mergulha nas complexidades políticas e sociais da época, explorando eventos marcantes que cercaram esse evento traumático da história americana.

Nota: O filme é conhecido por sua abordagem provocativa e especulativa sobre os eventos em torno do assassinato de JFK, misturando fatos históricos reais com elementos fictícios para criar uma narrativa intrigante e controversa.


Análise de JFK – A Pergunta que não quer Calar

Uma Investigação Política Cinematográfica

“JFK – A Pergunta que não quer Calar” é um filme lançado em 1991, dirigido por Oliver Stone, estrelando Kevin Costner no papel principal como o promotor de Nova Orleans, Jim Garrison. O filme se baseia em fatos reais e teorias da conspiração sobre o assassinato do presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, em 1963. Adaptado do livro “On the Trail of the Assassins” de Jim Garrison e “Crossfire: The Plot That Killed Kennedy” de Jim Marrs, “JFK” explora as complexidades e controvérsias em torno desse evento histórico e as possíveis conspirações envolvidas.

Contexto Histórico do Lançamento

O filme foi lançado durante um período de crescente ceticismo público em relação ao governo e suas narrativas oficiais, especialmente após os escândalos políticos das décadas anteriores, como Watergate. Em 1991, o público americano estava cada vez mais inclinado a questionar a versão oficial dos eventos históricos, e o assassinato de Kennedy permanecia um dos mistérios mais discutidos e controversos. A produção de “JFK” foi marcada por debates intensos sobre a liberdade de expressão, a integridade jornalística e a busca pela verdade histórica.

Produzido nos Estados Unidos, o filme teve um orçamento de aproximadamente 40 milhões de dólares e foi filmado em várias locações, incluindo Nova Orleans, Dallas e Washington, D.C. A escolha de filmar em locais autênticos contribuiu para a autenticidade e a imersão da narrativa.

Período Histórico Representado

“JFK” trata do período histórico do início dos anos 1960, especificamente o dia 22 de novembro de 1963, quando o presidente John F. Kennedy foi assassinado em Dallas, Texas. A trama se desenrola na década seguinte ao assassinato, enquanto Jim Garrison conduz sua investigação para desvendar as verdadeiras circunstâncias por trás do evento. O filme explora a atmosfera política e social da época, marcada pela Guerra Fria, a luta pelos direitos civis e a tensão crescente entre diferentes facções dentro do governo dos Estados Unidos.

Elementos Representativos do Período

1. O Assassinato de Kennedy: O filme aborda detalhadamente o assassinato de JFK, incluindo a investigação oficial conduzida pela Comissão Warren, que concluiu que Lee Harvey Oswald agiu sozinho. No entanto, “JFK” apresenta várias teorias de conspiração que sugerem a participação de múltiplos atores, incluindo agências governamentais, máfia e grupos anti-Castro. A reconstituição do assassinato é meticulosamente detalhada, utilizando tanto imagens de arquivo quanto recriações cinematográficas.

2. Investigação de Jim Garrison: Kevin Costner interpreta Jim Garrison, cuja investigação independente desafia a narrativa oficial. O filme segue Garrison enquanto ele descobre inconsistências e possíveis encobrimentos, reunindo evidências e testemunhos que sugerem uma conspiração mais ampla. A dedicação de Garrison à busca pela verdade e sua luta contra as forças estabelecidas são temas centrais do filme.

3. Contexto Político e Social: “JFK” captura a atmosfera política tensa dos anos 1960. O medo do comunismo, a ameaça nuclear e as divisões internas nos Estados Unidos são retratados de forma vívida. O filme também aborda a influência da Guerra Fria nas políticas internas e externas dos EUA, destacando como esses fatores poderiam ter motivado uma conspiração para assassinar Kennedy.

4. Uso de Imagens de Arquivo e Recriações: Oliver Stone utiliza uma técnica de narrativa inovadora ao misturar imagens de arquivo reais com cenas dramatizadas, criando uma sensação de realismo e urgência. Essa abordagem ajuda a situar o espectador no período e a entender melhor os eventos e teorias apresentadas. A famosa filmagem de Zapruder, que capturou o momento do assassinato, é usada de forma central para questionar a versão oficial dos acontecimentos.

5. Personagens e Representações Históricas: O filme apresenta uma série de personagens históricos, incluindo figuras controversas como Clay Shaw (interpretado por Tommy Lee Jones), David Ferrie (Joe Pesci) e Jack Ruby (Brian Doyle-Murray). Essas representações ajudam a tecer uma complexa rede de relações e motivações que sustentam as teorias de conspiração.

Produção e Impacto

“JFK” foi uma produção ambiciosa, caracterizada pela visão arrojada de Oliver Stone e pela dedicação ao detalhamento histórico. A performance de Kevin Costner como Jim Garrison foi amplamente elogiada, assim como as atuações de um elenco de apoio estelar, incluindo Gary Oldman como Lee Harvey Oswald, e Sissy Spacek como a esposa de Garrison, Liz.

A trilha sonora de John Williams adicionou uma dimensão emocional à narrativa, complementando a tensão e o drama do filme. A cinematografia, conduzida por Robert Richardson, utilizou técnicas inovadoras para criar uma sensação de autenticidade e imersão, utilizando diferentes estilos de filmagem para distinguir entre fatos, teorias e suposições.

Recepção e Legado

“JFK” recebeu críticas mistas, mas causou um impacto significativo tanto no público quanto na crítica. Alguns elogiaram a coragem de Stone em questionar a narrativa oficial e trazer à tona questões importantes sobre transparência e responsabilidade governamental. Outros criticaram o filme por promover teorias de conspiração e distorcer fatos históricos.

Independentemente das críticas, “JFK” teve um efeito duradouro na forma como o assassinato de Kennedy é discutido e estudado. O filme estimulou um renovado interesse público e acadêmico sobre o evento e as circunstâncias que o cercaram. Em 1992, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a “President John F. Kennedy Assassination Records Collection Act”, em parte devido ao impacto do filme, levando à liberação de milhares de documentos relacionados ao assassinato.

Considerações Finais

“JFK – A Pergunta que não quer Calar” é mais do que um filme; é uma exploração profunda de um dos eventos mais controversos da história americana. Através de uma narrativa complexa e técnica cinematográfica inovadora, Oliver Stone desafia o público a reconsiderar a verdade oficial e a questionar as motivações por trás de um dos assassinatos mais impactantes do século XX.

Com seu retrato detalhado do período histórico, personagens bem desenvolvidos e uma abordagem corajosa à narrativa, “JFK” continua a ser um marco no cinema e na discussão histórica. O filme não apenas entreteve, mas também educou e provocou debates importantes sobre transparência, justiça e o papel do governo na vida dos cidadãos.

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