Avançar para o conteúdo

Missão Impossível 2 (2000)

Em Missão Impossível 2 o agente da IMF Ethan Hunt e uma ladra enfrentam um ex-agente renegado que planeja liberar um vírus mortal

Tempo de Leitura: 9 minutos

Ficha Técnica

“Missão Impossível 2” (2000)

Título Original: Mission: Impossible II

Direção: John Woo

Duração: 123 minutos

Elenco Principal

Tom Cruise, Thandie Newton, Anthony Hopkins, Dougray Scott, Ving Rhames, Richard Roxburgh, John Polson, Brendan Gleeson, Rade Šerbedžija.

Disponível

PRIME VÍDEO (aluguel)

Prêmios Recebidos

MTV Movie Awards (2001):

Melhor Sequência de Ação; Indicação: Melhor Performance Masculina (Tom Cruise); Indicação: Melhor Luta (Tom Cruise vs. Dougray Scott)

BMI Film & TV Awards (2001):

Prêmio BMI Film Music Award (Hans Zimmer)

Missão Impossível 2

Resumo

“Missão Impossível 2” é um eletrizante filme de ação e espionagem dirigido por John Woo. Na trama, Ethan Hunt (Tom Cruise) é chamado para impedir o ex-agente da IMF Sean Ambrose (Dougray Scott) de liberar um vírus mortal chamado Chimera. Para isso, Hunt recruta a ladra e ex-amante de Ambrose, Nyah Nordoff-Hall (Thandie Newton), para se infiltrar no círculo do vilão.

O filme é marcado por cenas de ação intensas, coreografias elaboradas e a direção estilizada de Woo. Além da ameaça biológica, “Missão Impossível 2” explora o triângulo amoroso entre Hunt, Nyah e Ambrose, adicionando camadas emocionais à trama. A combinação de suspense, ação de tirar o fôlego e personagens carismáticos garantiu o sucesso do filme nas bilheterias e sua influência duradoura no gênero de ação.


Análise de “Missão Impossível 2” (2000)

Lançado em 2000, “Missão Impossível 2”, dirigido por John Woo e mais uma vez estrelado por Tom Cruise, chegou em um contexto histórico marcado por crescentes preocupações com armas biológicas e ameaças terroristas. A virada do milênio viu o aumento do uso de tecnologias avançadas e a globalização, que também trouxe novos riscos de bioterrorismo.

A ameaça de armas biológicas, como o vírus Chimera de “Missão Impossível 2”, refletia medos reais da época. A possibilidade de ataques terroristas biológicos estava ganhando atenção, especialmente após incidentes como o ataque com gás sarin no metrô de Tóquio em 1995, que matou 13 pessoas e deixou outras 5.500 feridas, e as preocupações com a segurança interna após o ataque de Oklahoma City em 1995.

missão impossível 2
Edifício Federal Alfred P. Murrah, onde funcionavam órgãos do governo na cidade de Oklahoma, após ataque sofrido por bombas em 1995. O ato de terrorismo interno, executado por supremacistas brancos, matou 168 pessoas e vitimou outras 680. Após este atentado o governo americano reforçou as leis antiterrorismo e aumentou a segurança dos prédios governamentais.

Heróis e Vilões do IMF

A trama de “Missão Impossível 2” começa quando o cientista Vladimir Nekhorvich, que desenvolveu a Chimera, tenta alertar a IMF (Impossible Mission Force) sobre os perigos do vírus. No entanto, ele é interceptado pelo ex-agente da IMF, Sean Ambrose (Dougray Scott), que planeja lucrar com a venda da arma biológica. Ethan Hunt é então recrutado para recuperar a Chimera e impedir Ambrose.

Para isso, ele conta com a ajuda da ladra Nyah Nordolf-Hall (Thandie Newton), que tem um passado romântico com Ambrose e se infiltra em seu grupo para obter informações. Vale citar, também, a participação excessivamente rápida de Anthony Hopkins, que poderia ter sido melhor aproveitado nos filmes seguintes.

Ethan Hunt é o herói mais uma vez, determinado a salvar o mundo de uma catástrofe biológica. Nyah Nordolf-Hall é uma ladra habilidosa e corajosa que se envolve em um triângulo amoroso com Hunt e Ambrose. Sean Ambrose é o antagonista complexo, um ex-agente que se tornou um mercenário implacável. Além deles, Ving Rhames retorna como Luther Stickell, o confiável hacker e aliado de Hunt.

Missão: Encontrar um novo De Palma

O segundo filme da franquia traz diversas mudanças em relação ao original. Uma vez que De Palma se recusou a participar de uma continuação do filme de 1996, Cruise partiu em sua própria missão: encontrar alguém à altura pra tocar o projeto. É perceptível o carinho que o ator tem por esta franquia e pelo seu personagem, e a continuação demorou algum tempo para acontecer.

Uma linha segura que ele poderia ter seguido seria manter o ritmo de suspense e mistério que o filme de De Palma tinha criado, mas o ator decidiu dar um caminho diferente para o filme. A exemplo da série Missão Impossível, na qual os episódios pediam agentes diferentes de acordo com a missão dada, ele decidiu dar uma assinatura diferente o novo filme.

E a primeira coisa que o projeto parecia pedir era aquele que tinha sido um dos pontos mais fracos do primeiro: as cenas de ação. E não havia nenhum diretor mais badalado para filmes de ação no final dos anos 1990 do que John Woo, o diretor de Hong Kong que conquistou Hollywood. A confiança mútua entre diretor e ator foi fundamental para a realização das cenas complexas e arriscadas que marcaram o filme.

A Assinatura de John Woo

John Woo, renomado diretor de filmes de ação, trouxe seu estilo único para “Missão Impossível 2”. Antes de assumir a direção do filme, Woo era conhecido por seus trabalhos em Hong Kong e por filmes como “A Better Tomorrow” (1986) e “The Killer” (1989). Em Hollywood, ele dirigiu “Alvo Duplo” (1993) e “A Outra Face” (1997), ambos aclamados por suas sequências de ação elaboradas e uso estilizado da câmera lenta.

Em “Missão Impossível 2”, Woo incorporou suas marcas registradas, como tiroteios coreografados, cenas de luta em câmera lenta e uma forte ênfase na estética visual. A famosa cena de perseguição de motos e o duelo final entre Hunt e Ambrose são exemplos do seu estilo dinâmico e poético.

Em comparação com outros filmes de John Woo, “Missão Impossível 2” se destaca também por trazer seu estilo visual icônico para uma franquia já estabelecida. Woo conseguiu combinar sua estética característica com o universo de “Missão Impossível”, criando um filme que é ao mesmo tempo parte de uma série maior e uma obra única de ação estilizada.

A presença de Woo pode ser sentida nas sequências de ação elaboradas e nas coreografias de luta em câmera lenta. Mas o diretor também é mestre em contar histórias com recursos visuais, e isso pode ser percebido em cenas como as pombas brancas voando pra indicar que houve um movimento, ou no uso estilizado da câmera lenta para acentuar momentos de grande tensão e impacto emocional.

“Missão Impossível 2” representa uma importante transição na franquia, introduzindo novos elementos e estilos que continuariam a influenciar os filmes subsequentes. A habilidade de luta do personagem de Cruise e sua fantástica capacidade de pilotar motos e carros em alta velocidade, por exemplo, seriam bastante explorados pelos diretores que o sucederam, assim como o gosto do personagem pelo perigo e escaladas arriscadas. Estas características poderiam já existir no filme de De Palma, mas de forma mais contida. Com Woo a franquia embarcou de vez na veia dos filmes de ação, satisfazendo aqueles que tinham considerado o primeiro filme um pouco parado.

Um dos momentos mais memoráveis do filme é a sequência de perseguição de motos entre Ethan Hunt e Sean Ambrose. Esta cena não só exemplifica a habilidade de Woo em coreografar ação de alta intensidade, mas também destaca a dedicação de Tom Cruise, que realizou grande parte das manobras perigosas pessoalmente. A combinação de velocidade, destreza e efeitos práticos criou uma perseguição icônica, no melhor estilo de John Woo.

Assim como em outros trabalhos, contribuiu para o excelente resultado final o comprometimento de Tom Cruise em realizar suas próprias acrobacias, elevando o realismo das cenas de ação. A sequência de abertura, onde Hunt escala uma montanha sem equipamento de segurança, foi realizada pelo próprio Cruise, demonstrando seu comprometimento com o papel.

Trilha Sonora

A trilha sonora também merece destaque. Hans Zimmer, um dos compositores mais renomados de Hollywood, criou uma trilha que complementa perfeitamente a atmosfera de tensão e ação do filme, acrescentando uma batida moderna ao clássico tema. A inclusão da música “Take a Look Around” do Limp Bizkit trouxe um toque contemporâneo e energético, ajudando a atrair um público mais jovem e diversificado. Essa fusão de música clássica e moderna tornou a trilha sonora um elemento enriquecedor para a alta qualidade do filme.

Recepção

A recepção do público e da crítica especializada ao filme foi mista. Enquanto muitos elogiaram as sequências de ação e a direção estilizada de Woo, outros criticaram o enredo por sua falta de profundidade e por depender excessivamente de cenas de ação. No entanto, o filme foi um sucesso de bilheteria, arrecadando mais de 546 milhões de dólares mundialmente, solidificando a franquia “Missão Impossível” como uma das mais lucrativas do cinema.

Considerações Finais

Um aspecto significativo que “Missão Impossível 2” trouxe para a franquia foi a escala global das missões. A série, desde o início, sempre teve um caráter internacional, mas a sequência de 2000 realmente ampliou essa dimensão, mostrando que as ameaças enfrentadas por Ethan Hunt e sua equipe eram de fato globais. Isso não apenas adicionou uma sensação de urgência e importância às missões, mas também permitiu uma exploração mais rica de diferentes culturas e ambientes.

Além das cenas de ação, “Missão Impossível 2” também se destacou pela complexidade de seus personagens. Ethan Hunt, interpretado por Tom Cruise, foi mostrado não apenas como um agente implacável, mas também como um ser humano com emoções e dilemas pessoais. O personagem de Nyah Nordolf-Hall, vivido por Thandie Newton, trouxe uma nova dinâmica ao filme, introduzindo um interesse amoroso que também é uma figura central na trama. Sean Ambrose, interpretado por Dougray Scott, se destacou como um vilão multifacetado, cuja traição pessoal adicionou uma camada extra de tensão ao conflito principal.

As inovações técnicas e estilísticas trazidas para “Missão Impossível 2” por John Woo foram definitivamente incorporadas à franquia, embora fosse uma missão impossível imitar seu estilo de filmagem. Cruise, contudo, sinalizava que direcionaria sua franquia para uma outra vertente, buscando outros diretores de talento capazes de ampliar a história da IMF. Mas essa escolha não seria apenas por motivos artísticos.

O agora produtor soube perceber os erros e acertos de cada filme junto ao público e levou isso em consideração em sua escolha. De Palma introduziu os elementos de mistério, intriga e reviravoltas que fizeram do filme inicial um grande sucesso. Entre os vários acertos de Woo estão o de dar uma aprofundada na humanidade do personagem. Estes elementos dariam a tônica do próximo filme da franquia.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *