O documentário “Morcego Negro” traz à tona a trajetória de Paulo César Farias, um personagem que ascendeu ao poder nas sombras. O filme, que estreia nesta quinta-feira (21), narra a história do empresário e tesoureiro da campanha que levou Fernando Collor de Mello à Presidência da República em 1989. Baseado no livro “Morcegos Negros” de Lucas Figueiredo, o documentário revela uma figura até então desconhecida pela maioria da população, que ganhou notoriedade através da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
O impeachment de Collor, ocorrido no segundo ano de seu mandato em 1992, devido a escândalos de corrupção, marcou um período turbulento na política brasileira. Enquanto o país passava pelo processo de redemocratização, o mundo testemunhava o fim da União Soviética e o desenrolar da Guerra Fria, evidenciando um momento de transição global.
O filme busca entender esses personagens e o papel que desempenharam na história do Brasil, através de depoimentos de figuras-chave da época, como Fernando Collor e Renan Calheiros. Além disso, explora a ascensão de Paulo César Farias no cenário político nacional, utilizando seu jato particular, apelidado de “Morcego Negro”, como símbolo desse período marcado por escândalos e investigações.
A construção de PC Farias como vilão é um dos pontos destacados pelo documentário, evidenciando como sua imagem foi manipulada através de estereótipos e preconceitos. No entanto, o filme também apresenta aspectos menos conhecidos da vida do tesoureiro, mostrando-o como uma pessoa simpática, culta e dedicada à família.
A religiosidade é outro aspecto explorado, com a participação de Mãe Mirian, uma líder religiosa de Alagoas, que antecipou o destino trágico de PC Farias. Essa mistura entre vida pública e aspectos íntimos, como a espiritualidade, enriquece a narrativa do documentário, revelando a complexidade dos personagens envolvidos.
O filme também aborda a fuga de PC Farias do país após a queda de Collor, seu período na clandestinidade e seu posterior assassinato em 1996, junto com sua namorada Suzana Marcolino. A versão inicial de que Suzana teria assassinado PC e se suicidado foi posteriormente descartada por exames periciais, evidenciando um desfecho trágico e misterioso para essa história política.
“Morcego Negro” oferece uma reflexão sobre os bastidores do poder e os personagens obscuros que moldaram a história do Brasil, relembrando um período conturbado da política nacional e as complexidades envolvidas nas relações de poder e influência.
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