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Passinho tem Origem Africana e agora é Patrimônio Cultural

A dança do passinho, originária do funk carioca, alcançou um marco significativo nesta semana ao ser reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do estado do Rio de Janeiro. Entre os grupos pioneiros que ajudaram a moldar e difundir essa arte está o Imperadores da Dança (IDD), fundado em 2008 por Baianinho, um dos precursores do passinho, na comunidade do Jacaré, zona norte do Rio de Janeiro.

Atualmente, o IDD conta com 50 dançarinos, sendo 30 ativos, conforme revelou Iguinho Imperador, líder do grupo. Baianinho, após se tornar MC, passou a liderança para Iguinho e outros três dançarinos, que conduzem os treinos semanais em Manguinhos, ensinando não apenas os passos, mas também orientando os jovens sobre oportunidades de trabalho através do passinho.

O IDD é uma verdadeira família, aberta à participação de pessoas de diferentes áreas e até não dançantes, que contribuem para enriquecer a diversidade do grupo. Entre os membros está Marcelle Bebê, uma das relíquias da dança, que além de ativa no grupo, possui um espetáculo próprio. Destaque também para Vitorinha Destemida IDD, que representa a diversidade LGBTQIA+ dentro do grupo, demonstrando o compromisso com a inclusão e representatividade.

Os integrantes do IDD se dividem em diferentes grupos para se apresentarem em variados locais. Além disso, estão envolvidos em uma ampla gama de atividades relacionadas à dança, desde companhias de dança até oficinas, consultoria e direção de movimento. Esse engajamento demonstra a versatilidade e o impacto cultural do passinho na sociedade.

O passinho, apesar de ter suas raízes no Rio de Janeiro, expandiu-se por todo o Brasil e além-fronteiras, adaptando-se às peculiaridades de cada localidade. Hugo Oliveira, pesquisador e defensor da dança do passinho, ressalta a importância de reconhecer a territorialidade de cada região, destacando que cada local possui suas características próprias que influenciam os passos e movimentos da dança.

A crescente participação das mulheres nos grupos de passinho representa uma conquista significativa na quebra de estereótipos de gênero e na democratização do espaço na dança. Manguinhos tornou-se um importante polo de encontro para os praticantes do passinho, refletindo o alcance e a vitalidade dessa expressão cultural na zona norte do Rio de Janeiro e além.

O reconhecimento do passinho como Patrimônio Cultural Imaterial é uma conquista que reforça sua importância e relevância na cultura brasileira, além de estimular a preservação e valorização dessa manifestação artística tão genuína e representativa.

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