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Paulo Freire será interpretado por Wagner Moura no cinema

Wagner Moura será Paulo Freire no cinema, adaptando a experiência de alfabetização de adultos em Angicos.

O ator e diretor Wagner Moura vai interpretar o patrono da educação Paulo Freire no cinema, numa adaptação a muito tempo esperada. A história será sobre a experiência do professor em Angicos, onde ele alfabetizou 300 adultos em 40 horas.

Está é a história mais lembrada do educador, embora sua biografia seja repleta de eventos dignos de filmes. Na ocasião ele liderou uma equipe de professores que criaram uma escola de alfabetização, numa pequena cidade do sertão do Rio Grande do Norte, chamada Angicos.

O que foi a experiência de Angicos?

A experiência de Angicos, conduzida por Freire na década de 1960, foi um marco na história da educação brasileira. No entanto, esse projeto inovador também enfrentou duras perseguições políticas devido às suas propostas de conscientização e transformação social.

O objetivo do projeto era erradicar o analfabetismo em uma comunidade rural, seguindo um projeto nacional idealizado inicialmente pelo governo João Goulart, encontrando resistência governamental para sua continuidade após o golpe militar de 1964.

O método Paulo Freire

As aulas usavam palavras do cotidiano, como tijolo, para alfabetizar adultos. O método seguido por Freire, e que depois recebeu seu nome, consistia em identificar estas palavras, chamadas palavras geradoras, e depois identificar sua potencialidade fonética para trabalhar em sala de aula.

A partir do conhecimento da palavra, os participantes eram incentivados também a pensar criticamente e a se engajar na busca por uma mudança social.

Problemas com o governo da ditadura

No entanto, as ideias revolucionárias de Freire não foram bem recebidas pelos setores conservadores da sociedade. Em um país governado por um regime ditatorial, a educação crítica e libertadora representava uma ameaça ao status quo, levando a perseguições políticas contra os alunos e participantes do projeto de Angicos.

Repressão a Paulo Freire e seus alunos

Os alunos de Freire em Angicos foram rotulados de “agitadores” e “subversivos” simplesmente por receberem uma educação que os capacitava a questionar as desigualdades e a lutar por uma sociedade mais justa. Eles se tornaram alvos de ameaças, intimidações e violência física por parte de grupos conservadores e agentes do Estado.

Paulo Freire

Além das perseguições enfrentadas pelos alunos, o próprio Paulo Freire foi duramente perseguido pelo regime. Seus livros foram proibidos e sua atuação na área da educação popular foi criminalizada. Alguns de seus alunos chegaram a queimar livros que denunciassem sua ligação com o professor para evitar problemas com a polícia.

Essas medidas visavam silenciar suas ideias e impedir a disseminação de uma educação que capacitava as pessoas a pensarem criticamente e a agirem em busca de mudanças.

As perseguições políticas sofridas pelos alunos de Freire em Angicos revelam a ameaça que a educação crítica representa para regimes autoritários. Os governantes autoritários sabiam que uma população educada e consciente de seus direitos poderia questionar as estruturas de poder e desafiar a opressão.

Quanto a Freire, apesar de longe do seu país, continuou trabalhando como educador, e escreveu obras importantes como Pedagogia do Oprimido e Cartas a Guiné-Bissau.

Veja mais filmes históricos.

Paulo Freire

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