Ficha Técnica
“Persepolis” (Marjane Satrapi)- 2000-2001
Ano de Lançamento: Volume I – 2000; Volume II – 2001 (publicados juntos como “Persepolis: The Story of a Childhood” e “Persepolis 2: The Story of a Return”)
Quantidade de Páginas: Volume I – A Infância de Uma Revolução (160 páginas); Volume II – O Retorno (192 páginas)
Autora e Desenhista: Marjane Satrapi
Prêmios Recebidos
“Persepolis” recebeu vários prêmios, incluindo o Prêmio Angoulême de Melhor Álbum Estrangeiro em 2001 e o Prêmio Eisner de Melhor Álbum Estrangeiro em 2004.
Sinopse
“Persepolis” é uma obra autobiográfica em quadrinhos escrita e ilustrada por Marjane Satrapi. A narrativa acompanha a vida de Marjane durante sua infância e adolescência no Irã, abrangendo os anos que antecedem e seguem a Revolução Islâmica de 1979. Através dos olhos de uma jovem curiosa e questionadora, o leitor é conduzido por uma jornada emocionante e, por vezes, desafiadora, enquanto Marjane busca compreender sua identidade em meio a um cenário político turbulento e às complexidades da vida no Irã.
Análise
“Persepolis” (Marjane Satrapi): Uma Jornada Pungente pela História e Identidade
“Persepolis”, escrito e desenhado por Marjane Satrapi, é uma obra notável que oferece uma visão única e comovente sobre a vida e os desafios enfrentados pela autora durante sua infância e adolescência no Irã.
Origem e Publicação
A obra original, composta pelos volumes “Persepolis: The Story of a Childhood” (2000) e “Persepolis 2: The Story of a Return” (2001), foi lançada pela editora francesa L’Association. No Brasil, a publicação foi realizada pela Companhia das Letras sob o título “Persepolis”. Desde então, “Persepolis” ganhou reconhecimento internacional e foi republicado em várias edições.
Contexto Histórico e Fatos Abordados
“Persepolis” narra a vida de Marjane Satrapi durante um período crucial da história do Irã, especialmente marcado pela Revolução Islâmica de 1979 e pela subsequente Guerra Irã-Iraque. A narrativa destaca as experiências da autora enquanto ela cresce em meio a mudanças políticas e sociais profundas.
A obra é uma crônica pessoal que aborda temas como a opressão política, as restrições culturais impostas pelo regime islâmico, a busca por identidade e o conflito geracional. Satrapi utiliza uma abordagem franca e, por vezes, humorística para transmitir sua jornada, equilibrando momentos de tragédia e triunfo.
Fidelidade aos Fatos Históricos
“Persepolis” oferece uma perspectiva íntima da Revolução Islâmica e seus impactos na vida cotidiana. A autora, sendo testemunha ocular desses eventos, compartilha suas experiências de maneira autêntica, capturando as complexidades e nuances do período.
A escolha de contar a história por meio de uma narrativa em quadrinhos permite que Satrapi ilustre não apenas os eventos históricos, mas também as emoções e reflexões pessoais associadas a eles. A sinceridade da obra contribui para uma compreensão mais profunda do contexto histórico e da luta pela liberdade e identidade.
Fatos Interessantes
“Persepolis” transcende o gênero das histórias em quadrinhos ao abordar temas universalmente relevantes. Sua abordagem única, combinando simplicidade visual com uma narrativa rica, atraiu leitores de diversas faixas etárias e backgrounds culturais.
A adaptação da obra para um filme de animação em 2007, também dirigido por Satrapi, ampliou ainda mais seu alcance e impacto. A linguagem acessível das histórias em quadrinhos e do filme permitiu que “Persepolis” alcançasse um público mais amplo, ampliando sua influência e importância cultural.
Contexto de Criação
“Persepolis” foi criado em um contexto em que as histórias em quadrinhos eram, em grande parte, subestimadas como meio artístico sério. Marjane Satrapi desafiou essa visão ao utilizar a linguagem visual para contar uma história pessoal e, ao mesmo tempo, abordar questões sociais e políticas profundas.
A criação de “Persepolis” ocorreu enquanto Satrapi vivia na França, proporcionando uma perspectiva única sobre sua terra natal e permitindo uma reflexão crítica sobre a Revolução Islâmica de uma certa distância física. A obra, assim, torna-se um testemunho valioso da experiência iraniana sob uma lente pessoal e internacional.
SOBRE A AUTORA
Marjane Satrapi, nascida em 22 de novembro de 1969, em Rasht, Irã, é uma renomada autora, ilustradora e cineasta. Sua vida foi profundamente influenciada pelos eventos históricos no Irã, incluindo a Revolução Islâmica e a subsequente Guerra Irã-Iraque.
Descendente de uma família politicamente ativa, Satrapi experimentou em primeira mão as mudanças radicais e as restrições impostas pelo regime islâmico. Sua obra mais conhecida, “Persepolis,” é uma autobiografia em quadrinhos que retrata sua juventude no Irã e sua vida subsequente na Europa.
Além de seu trabalho em quadrinhos, Satrapi dirigiu a adaptação cinematográfica de “Persepolis,” que recebeu aclamação internacional. A autora é reconhecida por sua capacidade única de combinar elementos pessoais e históricos em narrativas gráficas poderosas, tornando-se uma figura proeminente na literatura e no cinema contemporâneos.
Considerações Finais
“Persepolis” continua a ser uma obra fundamental no mundo dos quadrinhos e da literatura contemporânea. Sua capacidade de comunicar de maneira envolvente eventos históricos complexos e universalmente relevantes destaca-se, e a obra permanece como uma ponte entre culturas, proporcionando insights valiosos sobre a condição humana.
Em última análise, “Persepolis” vai além de ser uma narrativa gráfica; é um testemunho comovente da resiliência humana em face da adversidade, da busca pela liberdade e da construção da identidade em meio às turbulências da história recente.
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