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Como se mede a Superpopulação
O fenômeno das cidades com superpopulação é fascinante e multifacetado. Uma série de fatores contribui para que isso aconteça, que vão desde oportunidades econômicas até a qualidade de vida. Mas nem sempre ter uma população gigante é uma boa coisa para essas cidades. A prova disso é que algumas cidades importantes não fazem questão de estar neste ranking.
O método para medir a população das cidades varia bastante, por isso nem sempre existe um consenso sobre os dados apresentados. Isso ocorre porque a população destas cidades nem sempre é fixa. Muitas pessoas trabalham em seus centros urbanos e moram em outras cidades vizinhas devido ao alto custo de vida. Por isso o conceito que usaremos é o de núcleo urbano, pois ele considera o centro urbano mais desenvolvido e suas áreas vizinhas menos povoadas. Outra possibilidade seria verificar apenas a população oficial de cada cidade, mas este é um método que nem sempre representa bem a realidade.
As cidades com maior população do mundo
Cada uma dessas cidades superpopulosas tem sua própria história e origem da população que a habita. A primeira na lista é Tóquio, no Japão, com uma população estimada atualmente de 37 milhões. É uma metrópole que atrai pessoas principalmente do Japão, mas também recebe muitos filhos de imigrantes que foram para outras partes do mundo a décadas atrás e agora estão voltando para buscar oportunidades. A procura por Tóquio vem de uma economia robusta, tecnologia de ponta e também de uma rica herança cultural.
Já Déli, na Índia, a segunda colocada, com cerca de 29 milhões, é um ímã para aqueles que buscam oportunidades de emprego e educação em uma das nações mais populosas do planeta.
Xangai, na China, com cerca de 22 milhões, desempenha um papel crucial na economia global, atraindo profissionais de todo o mundo para suas oportunidades comerciais.
Interessante notar que as três cidades mais populosas do mundo estão no continente asiático. Isso se explica primeiro pelo fato de serem áreas densamente povoadas. Mais da metade da população global está localizada na Ásia. Também são cidades antigas, que vem atraindo moradores a milênios. Mas recentemente o principal fator tem sido a urbanização de alguns centros políticos, como Tóquio e Xangai, que acabaram atraindo investidores. O desenvolvimento econômico nestas cidades, e a consequente oferta de vagas de trabalho, serviu como um imã para atrair a população regional e também de fora do país.
Cidades superpopulosas na América
Na América o fenômeno das cidades superpopulosas ocorre com menos força, sendo mais comum a população se dispersar em vários centros regionais. Políticas públicas de incentivo fiscal também tem pulverizado estas populações, tornando menos oneroso para as empresas montarem seus polos em cidades menores. São Paulo, no Brasil, com cerca de 22 milhões, é uma exceção à regra. O crescimento da indústria no começo do século XX atraiu um grande contingente de trabalhadores locais, bem como imigrantes italianos, japoneses, espanhóis, atraídos pelo governo para impulsionar o setor e garantir trabalhadores com alguma experiência e não muito custosos para os empresários. Apesar da produção industrial ter se desenvolvido em outras regiões nas últimas décadas, São Paulo ainda é um polo econômico importante, e continua atraindo trabalhadores de todo o país.
A cidade do México, com 21 milhões, vem logo atrás, deve seu contingente tanto ao desenvolvimento econômico da capital mexicana como ao fato de ser um centro religioso e cultural que remonta aos períodos pré-colombianos. Ela foi construída sobre as ruínas da cidade asteca de Tenochtitlán, o que a torna um centro histórico e cultural importante para o México. Além de ser o centro político, de abrigar uma ampla gama de indústrias, desde finanças e tecnologia até manufatura e comércio, também possui muitas escolas e universidades e instituições culturais, atraindo muitos estudantes. Infelizmente o rápido crescimento da cidade ao longo das décadas não foi acompanhado por um planejamento urbano eficaz, o que resultou em áreas densamente povoadas e problemas de trânsito.
E a população de Nova York?
Muitos podem estar estranhando que Nova York, EUA, ainda não tenha aparecido nesta lista. De fato a população tem cerca de 20 milhões, o que ainda é um número elevado. A história da cidade segue numa rota diferente das demais cidades citadas. O alto custo de vida, a violência e a busca por melhores condições de vida levou a população a buscar outros lugares para viver. Nova Iorque tem limitações espaciais devido à sua localização geográfica em uma ilha, o que limita sua capacidade de expansão.
O planejamento urbano nem sempre acompanhou o crescimento da população, resultando em problemas de habitação e infraestrutura. Isso fez sua população decrescer nas últimas décadas, mesmo sendo ela uma potência econômica que atrai pessoas do mundo todo. Em questões de ranking, ela é a terceira mais populosa da América, mas fica atrás de muitas outras cidades como Cairo (Egito), Mumbai (Índia), Pequim (China), Daca (Bangladesh) e Osaka (Japão).
O caso de Mumbai
Mumbai, na Índia, com cerca de 20 milhões, tem um atrativo diferenciado: a indústria cinematográfica de Bollywood, que atrai muitas pessoas com sonhos de se tornarem astros famosos. Infelizmente também é uma cidade de contrastes, onde as luzes do sucesso brilham ao lado das favelas apertadas, onde vive mais da metade de sua população.
Desafios do Crescimento Urbano
O rápido crescimento das cidades nem sempre é uma bênção. A superpopulação pode sobrecarregar infraestruturas, aumentar os custos de moradia e gerar desigualdades sociais. Para lidar com o crescimento desorganizado, algumas cidades adotaram abordagens mais eficazes do que outras.
Tóquio, por exemplo, tem se destacado na gestão da superpopulação. Investimentos em transporte público eficiente, planejamento urbano cuidadoso e uma ênfase na qualidade de vida tornaram a cidade mais habitável e sustentável. Em contraste, Mumbai enfrenta sérios desafios com a falta de moradia adequada e infraestrutura insuficiente para atender às necessidades de sua população em rápido crescimento.
Xangai, apesar de seu rápido crescimento, tem investido em inovações ecológicas, como prédios verdes e sistemas de transporte público eficientes. São Paulo, por outro lado, luta com problemas de trânsito caótico, poluição do ar e segregação econômica.
Pequim, como muitas outras cidades chinesas, enfrenta desafios ambientais devido à rápida urbanização. A qualidade do ar é uma preocupação constante, mas a cidade tem feito esforços para melhorar suas questões ambientais.
A gestão adequada do crescimento urbano requer planejamento cuidadoso, investimentos em infraestrutura e uma abordagem centrada nas necessidades da população. Além disso, a promoção de oportunidades econômicas em áreas rurais pode ajudar a reduzir a pressão sobre as cidades mais populosas.
O fenômeno da migração populacional continuará a moldar o cenário urbano global. Portanto, políticas de migração equitativas e soluções para questões relacionadas à superpopulação devem ser desenvolvidas e implementadas para garantir que as cidades possam continuar a prosperar e oferecer qualidade de vida aos seus habitantes.
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