O Demolidor é um dos personagens mais bem aproveitados da Marvel, com histórias adultas que são consideradas verdadeiros clássicos dos quadrinhos. Conheça algumas das melhores já publicadas e que ainda podem ser encontradas por aí para comprar.
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Melhores Sagas do Demolidor
Quando se trata de personagens como o Demolidor, o difícil em se fazer uma lista como essa é decidir o que deixar de fora. E também não importa o que se inclua, sempre terá aquela história em particular que alguém dirá: por que não incluiu essa? Então se sentir falta de alguma história que foi muito importante pra você, não se esqueça de postar nos comentários.
Com isso dito, vamos à nossa lista:
Fase Frank Miller (1979-1983, 1986)
As grandes histórias do Demolidor começam, é claro, com o mestre Frank Miller. Afinal seria difícil imaginar o personagem hoje se não fosse o roteiro cinematográfico dele. De verdade, tudo que Miller escreveu do Demolidor precisa ser considerado como essencial. Mas vou começar com duas que são especialmente nostálgicas para mim:
# 1 – A Saga de Elektra (Daredevil #168-190, 1981-1983)
Miller não apenas criou uma história aqui, ele criou um universo a parte dentro do Universo Marvel. Ao introduzir a personagem Elektra Natchios ele trouxe junto um passado para Matt Murdock que nós nunca tínhamos visto, uma ordem de ninjas assassinos e uma explicação para o Demolidor ser um extraordinário artista marcial que vai muito além do seu poder de audição aprimorada. A introdução de personagens como Stick, por exemplo, deram todo um novo sentido ao personagem.
O destino de Elektra dentro deste universo de ninjas e misticismo permanece ainda, para muitos, um mistério dentro da Marvel. Mas, para quem nunca leu, não vou estragar dando spoilers. Quem já conhece, certamente concorda comigo que estas edições são algumas das melhores histórias já contadas do personagem.
# 2 – A Queda de Murdock (1986)
Ainda de Frank Miller, este pequeno clássico poderia facilmente ser considerado uma obra de alta literatura. Não por acaso Miller se inspirou nas tragédias gregas para contar uma história que testasse todos os limites de seu personagem. Semelhante à provação de Jó na Bíblia, Matt Murdock perde tudo que possui de valor, menos sua virtude.
E é nisso que reside sua salvação. Mesmo levado ao extremo, ele ainda consegue se manter essencialmente um herói. O desenho de David Mazzucchelli junto com o roteiro de Miller conseguem manter o ritmo da tensão crescente até o desfecho final. Uma saga emocionante! O terceiro ano da série do Demolidor adaptou alguns eventos desta saga, mas sem ir tão longe quanto os quadrinhos.
Fase Brian Michael Bendis (2001-2006)
# 3 – Revelado
Depois de Frank Miller o Demolidor passou por várias mentes criativas, como o supremo nerd Kevin Smith, mas ninguém foi tão longe quanto Brian Michael Bendis. Trazendo uma linguagem narrativa típica dos bons seriados de TV (como Família Soprano), o autor desenvolveu vários arcos que contavam uma história cada vez mais tensa e realista.
E o ponto alto dessa reviravolta na vida de Matt Murdock é ter sua identidade revelada para todo mundo. Depois da parceria Miller/Mazzucchelli, Bendis/Alex Mallev foi a dupla mais sofisticada a trabalhar no título do guardião de Hells Kitchen até então.
O seu trabalho recolocou o Demolidor no centro da atenção dos leitores, tornando-o tão popular no início dos anos 2000 que até mesmo um filme foi feito para o personagem. Infelizmente, apesar do excelente elenco, não foi seria dessa vez que o vermelhinho pularia pra outra mídia ainda.
Fase Ed Brubaker (2006-2009)
# 4 – O Demônio do Pavilhão D
Decidido a criar sagas com saídas impossíveis para o Demolidor, e forçar seu personagem a limites nunca antes tentados, Brian Bendis nos presenteia com mais esse desdobramento da identidade exposta do herói, que ele deixa para seu sucessor Ed Brubaker resolver. Murdock é preso e encarcerado junto com alguns dos seus mais violentos inimigos.
Na mira da população carcerária, e de alguns agentes penitenciários que também tem motivos para odiar o Demolidor, Murdock se afunda num mundo sujo e violento, e isso traz à tona o que de pior ele tem.
Essa saga marcou a passagem de Brian Bendis/Alex Maleev para Ed Brubaker e Michael Lark, dois artistas consagrados. A dupla já havia trabalhado antes pela DC na série altamente reconhecida Gotham DPGC, que mostra a tumultuada rotina de trabalho dos policiais de Gotham City.
Fase Andy Diggle (2009-2011)
# 5 – Os Tentáculos do Demônio
Num momento conturbado do Universo Marvel, o Demolidor assume uma estranha posição. Decidido a por fim ao Tentáculo, ele acaba por assumir o seu comando. Matt Murdock acredita que poderá, assim, trazer alguma virtude ao clã de ninjas assassinos, mas acaba por se tornar um dos maiores vilões que a Marvel já gerou.
A sequência dessa história, Terra das Sombras, mostraria Murdock totalmente corrompido pelo Tentáculo, precisando da ajuda de outros vigilantes como o Homem-Aranha, Cavaleiro da Lua e Motoqueiro Fantasma para salvá-lo. Apesar da transição de Murdock para vilão, essa é uma história bem mais leve que as anteriores.
Durante algum tempo até conseguimos acreditar na transição dele para o outsider, tendo em vista todos os traumas que ele passou, mas a Marvel não perderia um de seus personagens mais importantes assim tão fácil.
Fase Charles Soule (2015-2018)
# 6 – Chinatown
Essa fase trouxe um ar mais sombrio e realista às histórias do personagem, depois do título ter passado por uma fase mais leve nas mãos do autor Mark Waid (2011-2015), quando a Marvel tentou resgatar – sem muito sucesso – o lado bem humorado que o personagem tinha antes de Frank Miller. Apesar de ter gerado boas histórias, o público sentiu falta das histórias mais adultas e pé-no-chão do herói.
Nesta fase a verdadeira identidade do Demolidor volta a ser um mistério, e apenas poucas pessoas sabem de seu segredo. Porque isso acontece é algo que só será revelado bem depois. Também temos a presença do parceiro do Demolidor, Ponto Cego, que trouxe uma possibilidade nova de Murdock como mentor e responsável por alguém mais jovem.
Numa virada profissional, Murdock se torna promotor de justiça, e os aspectos legais se tornam o motor de muitas histórias. Agora ele não está mais na defesa, e sim na acusação, o que parece se conectar melhor à sua rotina de combate ao crime. Toda a fase de Charles Soule no título merece ser lida, iniciando por Chinatown e finalizando em A Morte do Demolidor.
Em Arte das Trevas vemos surgir um dos vilões mais assustadores que o Demolidor já enfrentou, o Muse. Seu prazer em matar e usar sangue humano como matéria prima pra sua arte são especialmente sinistros, mas Muse também é capaz de se equiparar fisicamente ao herói, tornando-o um adversário muito perigoso.
Fase Chip Zdarsky (2019-2023)
# 7 – Só Medo
Aprofundando os dilemas jurídicos que envolvem o personagem, Matt Murdock se vê numa situação complexa quando acidentalmente mata um criminoso. Wilson Fisk, agora prefeito de Nova York, intensifica a perseguição ao vigilante.
O destaque vai para o detetive Cole North, um perseguidor implacável que coloca o Demolidor numa posição que ele não está acostumado a ficar. Os desdobramentos desta saga colocarão Matt Murdock em confronto direto com a justiça e com o dilema de continuar ou não a acreditar no sistema legal que ele tanto defendeu no passado.
Algumas dessas sagas já foram adaptadas na série do Demolidor, que agora pode ser assistida no Disney +, ou no filme de 2003. Mas por necessidades de adaptação, nem tudo que foi criado nos quadrinhos está presente em suas adaptações.
Portanto, se quiser saber mesmo como é o Demolidor, sugiro que leia a fase completa de cada um desses autores, ou pelo menos as sagas citadas neste artigo. Garanto que é um dos melhores materiais que já foram escritos em quadrinhos.
E aí? Gostou das indicações? Sentiu falta de alguma história? Comenta aí embaixo, ajude a aumentar a base de fãs deste que é um dos melhores personagens da Marvel, e que com certeza merecia estar mais em evidência no MCU.
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